Autores Portugueses 1-70


Abade de Jazente
Paulino António Cabral (1719-1789), Abade de Jazente, nasceu e faleceu em Amarante. Foi abade da freguesia de Jazente, advindo-lhe daí o nome por que é mais conhecido. Pertenceu à Arcádia Portuense, juntamente com Xavier de Matos, seu colega de Coimbra, cidade onde ambos estudaram. Embora clérigo, escreveu poesias onde se canta o amor epicurista e horaciano. As suas obras foram publicadas em dois volumes: Poesias de Paulino Cabral de Vasconcelos, Abade de Jazente, vol. I (Porto, 1786) e Poesias de Paulino António Cabral, vol. II (Porto, 1787).

Abel Botelho - Pintura de ColumbanoAbel Acácio de Almeida Botelho (1855-1917) nasceu em Tabuaço, distrito de Viseu em 23 de Setembro de 1855, filho de um militar e de uma senhora descendente de lavradores abastados. Tendo o pai falecido prematuramente, Abel Botelho ingressou no Colégio Militar como pensionista do Estado, tendo aí estudado de 1867 a 1872. Saiu do colégio com o posto de aspirante, matriculando-se na Escola Politécnica. Casou em 1881 com uma senhora de origem nobre. Abel Botelho começou por escrever poesia, tendo publicado em 1885 no Porto a colectânea Lira Insubmissa. Seguiu entretanto a carreira das armas, chegando a coronel em 1906. Foi nesse ano nomeado Chefe do Estado Maior da 1ª Divisão Militar. Em 1911 passa à situação de adido, desempenhando funções diplomáticas no Ministério dos Negócios Estrangeiros até à sua morte ocorrida na Argentina em 1917. Foi por influência sua que a Argentina se tornou o primeiro país a reconhecer o regime republicano em Portugal. Abel Botelho colaborou em várias publicações, de que se destacam O SéculoO DiaO OcidenteA Ilustração, a Revista Literária e O Repórter (que chegou a dirigir).

Adelaide Batista
Adelaide BatistaMaria Adelaide Correia Monteiro Batista nasceu a 20 de Abril de 1949 na ilha de São Miguel (Açores). Frequentou o Liceu de Ponta Delgada e a New Bedford High School. Em 1972 licenciou-se em Português (Ensino Bilingue) na University of Massachusetts; em 1976 fez o mestrado em Literatura Comparada na City University of New York e em 1987 o doutoramento em literatura norte-americana na Universidade dos Açores.
Trabalhos publicados em volume: Moby-Dick. A Ilha e o Mar – Metáforas do Carácter do Povo Americano, Ponta Delgada, Signo, 1991; João de Melo e a Literatura Açoriana, Lisboa, D. Quixote, 1993; Regresso a Casa. Uma Proposta de Intervenção Social, 2ª ed. Ponta Delgada, Coingra, 1994; Nordeste. E no Princípio era a Ilha (com Homem Cardoso), Ponta Delgada, Éter, Jornal de Cultura, 1995; Viagem ao Centro do Mundo, Lisboa, Fragmentos, 1994; De Emigração Tecido, Ponta Delgada, Signo, 1990.



Afonso de Albuquerque
Afonso de Albuquerque (1445-1515). Foi nomeado governador da Índia pelo rei D. Manuel I e é considerado um dos heróis portugueses ligado às Descobertas. Comandou a conquista da cidade de Ormuz. São conhecidas as Cartas para El-Rei, publicadas pela Academia Real das Ciências em 1884, cartas estas que foram enviadas ao rei D. Manuel quando o seu autor se encontrava na Índia.Bibliografia: António Baião, Grandes Vultos Portugueses: Afonso de Albuquerque, vol. III, Lisboa, 1913. Edgar Prestage, Afonso de Albuquerque, Governor of India, Watford, 1929.







Afonso Duarte
Afonso DuarteAfonso Duarte (1884-1958) acompanhou praticamente todos os movimentos literários da primeira metade do século XX em Portugal, desde o Saudosismo com a Renascença Portuguesa, passando pela Seara Nova, Presença e Novo Cancioneiro. Obras: Os Sete Poemas Líricos (1929), Ossadas (1947), Post-Scriptum de um Combatente (1949), Sibila (1950), Canto da Babilónia (1952), Canto de Morte e Amor (1952), Obra Poética (1956), Lápides e Outros Poemas (1960), etc.









Afonso Lopes Vieira
Afonso Lopes VieiraAfonso Lopes Vieira (1878-1946) nasceu em Leiria, indo viver para Lisboa com a família. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, exercendo funções de redactor da Câmara dos Deputados. Repartia o seu tempo entre Lisboa e S. Pedro de Moel, Leiria – no Inverno em Lisboa, nos meses mais aprazíveis em S. Pedro – , onde recebia vários amigos, também escritores. Viajou por Espanha, França, Itália, Bélgica, norte de África e Brasil. Esteve ligado à Renascença Portuguesa, sendo um dos principais representantes do Neogarrettismo. A Biblioteca Municipal de Leiria, designada como Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira, teve a sua origem na doação do espólio e livraria privada do escritor à cidade natal.Obras: Para quê? (1897), Náufragos, Versos Lusitanos (1898), O Meu Adeus (1900), O Encoberto (1905), Canções do Vento e do Sol (1911), Animais, Nossos Amigos (1911; ilustrações de Raul Lino), Bartolomeu Marinheiro (1912; ilustrações de Raul Lino), Arte Portuguesa (1916), Ilhas de Bruma (1917), País Lilás, Desterro Azul (1922), Onde a Terra Acaba e o Mar Começa (1940), etc.

Agustina Bessa-Luís
Agustina Bessa-Luís nasceu no dia 15 de Outubro de 1922 em Vila Meã, Amarante. Consagrou-se como romancista ao ganhar o Prémio Delfim Guimarães (1953) e o Prémio Eça de Queirós (1954) com a obra A Sibila. Em 1984 ganhou o grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores com o romance Os Meninos de Ouro. É considerada uma das mais prolixas autoras portuguesas contemporâneas. Algumas obras: Mundo Fechado (Coimbra, 1948), Os Super-Homens (Porto, 1950), Contos Impopulares (Porto, 1951-1953), A Sibila (Lisboa, 1954), Os Incuráveis (Lisboa, 1956), A Muralha (1957), O Inseparável (teatro, 1958), O Susto(1958), Ternos Guerreiros (1960), O Manto (1961), O Sermão do Fogo (1963), Os Quatro Rios (1964), A Dança das Espadas (1965), Canção Diante de uma Porta Fechada (1966), Homens e mulheres (1967), As Categorias (1970), Santo António (1973), As Pessoas Felizes (1975), Crónica do Cruzado Osb (1976), As Fúrias(1977), O Mosteiro (1980), O Vale Abraão (1991), O Concerto dos Flamengos (1994), Camilo, Génio e Figura (1994), Memórias Laurentinas (1996), etc.

Albano Martins
Albano MartinsAlbano Martins nasceu em 1930 na aldeia do Telhado (e não, como consta do seu registo de nascimento, em Póvoa de Atalaia), concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco, província da Beira Baixa, Portugal. Licenciado em Filologia Clássica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi professor do Ensino Secundário de 1956 a 1976. Tendo ingressado, em 1980, nos quadros da Inspecção-Geral de Ensino, passou, em 1993, à situação de aposentado. Presentemente, é professor na Universidade Fernando Pessoa, do Porto.








Al Berto
Al Berto, pseudónimo de Alberto Raposo Pidwell Tavares (1948-1997), nasceu em Coimbra e faleceu em Lisboa. Nas primeiras obras poéticas, Al Berto seguiu de perto a linha surrealista, especialmente a que emana de Herbeto Hélder. Posteriormente, funde a poesia na prosa, criando uma espécie de deambulações fragmentárias. Foi distinguido em 1988 com Prémio Pen Club de Poesia pela obra O Medo.Obras: Poesia – À Procura do Vento num Jardim d'Agosto, Lisboa, 1977; Meu Fruto de Morder, Todas as Horas, Lisboa, 1980; Trabalhos do Olhar, Lisboa, Contexto, 1982; O Último Habitante, Lisboa, 1983; Salsugem, Lisboa, Contexto, 1984; A Seguir o Deserto, Lisboa, & etc., 1984; Três Cartas da Memória das Índias, Lisboa, 1985;Uma Existência de Papel, Porto, Gota d'Água, 1985; O Medo (Trabalho Poético 1974-1986), Lisboa, Contexto, 1987; O Livro dos Regressos, Lisboa, Frenesi, 1989; A Secreta Vida das Imagens, Lisboa, Contexto, 1991; Canto do Amigo Morto, Lisboa, 1991; O Medo (Trabalho Poético 1974-1990), Lisboa, Contexto, 1991; Luminoso Afogado, Lisboa, Salamandra / Casa Fernando Pessoa, 1995; Horto de Incêndio, Lisboa, Assírio & Alvim, 1997; O Medo, Lisboa, Assíro & Alvim, 1998. Prosa – Lunário, Lisboa, Contexto, 1988; O Anjo Mudo, Lisboa, Contexto, 1993. Traduções – em castelhano: Doce Señales, trad. Adolfo Navas. Madrid, Cuaderno de Poesía Portuguesa, 1989; Una Existencia de Papel, trad. Ángel Campos Pámpano, Valencia, Pre-Textos, 1993; La Secreta Vida de las Imágenes, trad. José Luis Puerto, Amarú Ediciones, 1997. Em francês: Voyage d'un Portugais avec un stylo en Cévennes, (Viagem de um Português com uma Caneta nas Cévennes), in Les itinéraires littéraires en Corèze, Ed. Jacques Brémond, 1989; Chant de l'ami mort / Canto do Amigo Morto (ed. bil.). Lisboa, Europália, 1991; La peur et les signes (anthologie), trad. Michel Chandeigne, Bordeaux, L'Escampette, 1993; La secrete vie des images, trad. Jean-Pierre Leger, Bordeaux, L'Escampette, 1996; em inglês: (A Secreta Vida das Imagens), trad. Richard Zenith, Dublin, Mermaid Turbulence, 1997 (a sair). Em italiano: Lavori dello sguardo, trad. Carlo Vittorio Cattaneo, Roma, Florida, 1985.

Alberto Augusto Miranda
Alberto Augusto Miranda - foto de José Frade, 1997Alberto Augusto Miranda nasceu no dia 21 de Fevereiro de 1956 em Vila Real. Foi professor do ensino secundário em Lisboa, dedicando-se actualmente à escrita, à tradução e à crítica literária. É colaborador permanente da RDP-Antena Um. Foi coordenador de Las Jornadas de Literatura Galega (Lisboa, 25 a 30 Maio 1998). Até ao momento publicou dezasseis livros, dos quais se reconhece apenas em: Dá-me com a Noite (poesia); Portografias(narrativa); Nojo (teatro); Vento (histórias para a Inocência).Como encenador pôs em cena: Alma Até Almada a partir da obra de Almada Negreiros (1989); Ninguém Ama Ema cruzamento deHúmus de Raul Brandão e Os Sítios Sitiados de Luiza Neto Jorge (2001/2002).Como tradutor, traduziu Alejandra Pizarnik, Angelica Liddell, Anne Sexton, Antonin Artaud, Antonio Gamoneda, Carlos Edmundo de Ory, Claudio Rodriguez, Emily Dickinson, Eunice Odio, Fernanda Castell, Héctor Rosales, Ildefonso Rodríguez, Ilhan Berk, José Angel Valente, Laura C. Skerk, Maite Dono, Manuel Lourenzo, Paul Éluard, Sabine Sicaud, Sylvia Plath, Virgínia Woolf.Criou e dirige as Edições do Destinatário, Edições Tema, Edições Fluviais, Edições do Buraco com propósitos vários: a) - atender ao dentro de cada um, se cada um é cada um; b) - mostrar o não mostrado pelos agentes - vários - da coisa literária; c) - criar percursos autónomos e livres para a criação e desaguação; d) - Atender ao específico e à diferença sem neles interferir; e) - particular atenção às línguas e culturas escondidas do mercado, com incidência forte na língua e cultura galegas e na criação poética latino-americana.Estas Edições Tema, Edições Fluviais e Edições do Buraco são parte constitutiva do Departamento Literário da Sociedade Guilherme Cossoul (Av. D. Carlos I, 61-1º 1200-647 Lisboa - Portugal. Tm: 965817337; Correio electrónico: ahahmiranda@hotmail.com). Este Departamento não vende nem distribui comercialmente os livros que edita, confia noutra coisa.

Alberto Oliveira Pinto
Alberto Oliveira PintoAlberto Oliveira Pinto nasceu em Luanda em 1962. É autor dos romances Eu à sombra da figueira da Índia (1990), Concerto na Nespereira (1991), O Saco dos Livros (1991), O Senhor de Mompenedo (1992), O Onagro de Sintra (1994), publicados nas Edições Afrontamento, e A Sorte e a Desdita de José Policarpo (1995), publicado pela Bertrand, este último distinguido com uma Bolsa Jovens Criadores do Centro Nacional de Cultura em 1992. Publicou ainda os livros juvenis A Família dos Paladinos (1991) eA Canção de Rolando (adaptação, 1991) na Edinter e As Filhas do Olho de Vidro (1996) na Civilização Editora. Colaborou na RTP enquanto guionista, com destaque para o programa Rua Sésamo, e é animador cultural de literatura em várias escolas de Lisboa, no âmbito do Programa de Sensibilização à Criatividade e à Leitura do Departamento de Educação e Juventude da Câmara Municipal de Lisboa. É membro da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e da União dos Escritores Angolanos (UEA).

Albino Forjaz de Sampaio
Albino Forjaz de SampaioAlbino Maria Pereira Forjaz de Sampaio nasceu em Lisboa em 1884 e faleceu na mesma cidade em 1949. Esquecido e ignorado hoje em dia, Forjaz de Sampaio, foi autor de um dos livro mais vendidos do século XX – Palavras Cínicas (1905) – que, à morte do autor, tinha já tido 46 edições. Dele disse Almada Negreiros no seu Manifesto Anti-Dantas «E o raquítico Albino Forjaz de Sampaio, crítico da Luta a que o Fialho com imensa piada intrujou de que tinha talento!».Albino Forjaz de Sampaio começou a sua carreira literária como jornalista no jornal A Luta sob o patronato de Fialho de Almeida e Brito Camacho. O seu percurso teve duas fases distintas, um pouco como a sua escrita. Se de início a sua escrita aprendeu muito do jornalismo, o falar da rua, do submundo lisboeta, a resposta rápida, numa segunda fase da sua carreira procurou legitimar essas suas características como formas arcaicas, coloquialismos de origem erudita que foi encontrar nas suas investigações sobre o antigo teatro popular.. A crónica de crítica social que procurava inverter a moral comum da época tornou-o famoso sobretudo pelo escândalo que as suas opiniões originavam. Fazia-o um pouco à maneira de Oscar Wilde mas num país ainda menos preparado para tais agitações. Daí que a sua estreia tenha sido estrondosa (embora as crónicas jornalísticas que já publicara o anunciassem), foi essa estreia com o livro Palavras Cínicas que, no começo do século (1905), deixava os portugueses tudo menos indiferentes: muitos criticaram, outros riram alguns elogiaram, mas muitos admitiram a verdade das opiniões emitidas, da subversão da moral vigente, dos juízos anti-clericais, da crendice popular, da "esperteza" saloia, da clara opinião de que a Vida não vale a pena no mundo em que se vivia.
A partir deste sucesso Forjaz de Sampaio levou a sua crítica social ao ponto de criar uma arte da crítica ou, como o poria Wilde, a crítica pela crítica. Com humor, cinismo e uma ausência completa de consciência social a obra de Forjaz de Sampaio "fez-se" como a de muitos escritores que "ninguém lê" mas cujas edições se esgotam atrás de edições.

Alexandre Herculano

Alexandre HerculanoAlexandre Herculano de Carvalho e Araújo (1810-1877) nasceu em Lisboa. Devido ao seu envolvimento na «Revolta do 4 de Infantaria», é obrigado a emigrar para Inglaterra. Lê Walter Scott. Inicia a sua colaboração no Repositório Literário. Integra-se no exército liberal de D. Pedro IV, desembarca no Mindelo e participa no cerco do Porto. Ajuda a organizar a Biblioteca Pública do Porto. Em 1839 é nomeado director das bibliotecas reais das Necessidades e da Ajuda. Entretanto vai publicando algumas obras: A Harpa do Crente (1837), A Lendas e Narrativas (2 volumes, 1839-1844),Eurico, o Presbítero (1844), o primeiro volume da História de Portugal (1846), O Monge de Cister (1848), etc. As suas obras são de cunho romântico e vão desde a poesia ao drama e ao romance. Foi, além de um dos mais importantes escritores portugueses do século XIX, o renovador do estudo da história de Portugal.




Alexandre O’Neill
Alexandre O'NeillAlexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões (1924-1986) nasceu e faleceu em Lisboa. Dedicou-se à publicidade e desde cedo se juntou às primeiras manifestações do Surrealismo em Portugal. Publica em 1948, e dentro desta corrente, o volume de colagens A Ampola Miraculosa, integrado na colecção dos Cadernos Surrealistas. Afasta-se do grupo surrealista e colabora nos Cadernos de Poesia. Obras: No Reino da Dinamarca (1958), Abandono Vigiado (1960), Poemas com Endereço (1962), Feira Cabisbaixa (1965), De Ombro na Ombreira (1969), As Andorinhas não têm Restaurante (1970), Entre a Cortina e a Vidraça (1972), A Saca de Orelhas (1979),Uma Coisa em Forma de Assim (1980), As Horas já de Números Vestidas (1981).






Alexandre Parafita
Alexandre ParafitaAlexandre Parafita, natural de Sabrosa (Trás-os-Montes) possui o Doutoramento em Cultura Portuguesa pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior (UBI).É investigador de literatura oral tradicional, docente do ensino superior e jornalista. Faz parte dos quadros da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde é técnico-superior, leccionando também ao Curso de Professores do 1º Ciclo. Na UTAD realizou o seu Doutoramento em Cultura Portuguesa, na especialidade de Tradições Orais e Cultura Popular. Lecciona igualmente, como professor convidado, na Escola Superior de Educação Jean Piaget/Nordeste e é investigador do Centro de Tradições Populares Portuguesas da Universidade de Lisboa.Foi jornalista profissional durante quase 20 anos e Director de um Semanário regional durante 4. Tem colaborado ainda em muitos jornais e revistas, regionais e nacionais.Como escritor, é autor de várias dezenas de títulos, e a sua obra incide, fundamentalmente, na literatura infantil e infanto-juvenil e nos estudos de literatura oral tradicional. Tem livros publicados nas principais editoras portuguesas. É lido por muitos milhares de crianças e alguns dos seus livros têm tido reedições sucessivas.A sua obra figura em manuais escolares. Vários livros seus são bibliografia obrigatória em Universidades e Escolas Superiores de Educação.Fez mais de uma centena de conferências em Bibliotecas, Escolas e Universidades de todo o País, sobre literatura infantil, literatura oral tradicional e cultura popular.Os seus trabalhos, como investigador de literatura oral tradicional, permitiram-lhe já resgatar cerca de um milhar de textos inéditos em risco de perderem-se na memória oral do povo. Várias centenas publicou-os já na colecção “Tesouros da Memória” da Plátano Editora. Sobre este trabalho tem feito intervenções em espaços televisivos: RTP, SIC, TVI, NTV e RTP Internacional.


Alfredo Hogan
Alfredo Possolo Hogan (1830-1865) nasceu e faleceu em Lisboa. Funcionário dos correios, cultivou a literatura negra, tornando-se um romancista e um dramaturgo bastante popular em Lisboa. Nas suas obras notam-se influências de Eugène Sue e Alexandre Dumas. Escreveu vários romances históricos, como Marco Túlio ou o Agente dos Jesuítas (1853), Mistérios de Lisboa (romance em 4 volumes, 1851), Dois Ângelos ou Um Casamento Forçado (romance em 2 volumes, 1851-1852), etc. Das peças de teatro, destacam-se: Os Dissipadores (1858), A Máscara Social (1861), Nem Tudo que Luz É Oiro (1861), A Vida em Lisboa (em parceria com Júlio César Machado, 1861), O Dia 1º de Dezembro de 1640 (1862), As BrasileirasSegredos do Coração e O Colono. Foi-lhe atribuída a autoria do romance A Mão do Finado(1854), publicado anonimamente em Lisboa, pretendendo ser a continuação de O Conde de Monte Cristo de Alexandre Dumas.


José de Almada Negreiros

José Sobral de Almada Negreiros, poeta e pintor modernista, nasceu em São Tomé em 7/4/1893 e faleceu em Lisboa em 1970. Pertenceu ao grupo de "Orpheu", convivendo de perto com Fernando Pessoa. Obras: Nome de Guerra (romance, 1938), Manifesto Anti-DantasO Moinho (1912 – teatro), A Engomadeira (1917 – novela), A Cena do Ódio (poema publicado na revista Portugal Futurista em 1917), PoesiaA Invenção do Dia Claro (1921), Antes de Começar (teatro), Os Outros(1923 – teatro), S. O. S. (1929 – teatro), Deseja-se Mulher (1959 – teatro), Poesia.














Almeida Faria
Almeida Faria - pintura de L. M. GasparAlmeida Faria nasceu em Montemor-o-Novo (Alentejo), a 6 de Maio de 1943. Em Lisboa frequentou as Faculdades de Direito e de Letras, sendo licenciado em Filosofia, e é actualmente professor de Estética na Universidade Nova de Lisboa. Viveu como escritor residente (1968-69) nos Estados Unidos (International Writing Program, Iowa City) e em Berlim, onde fez parte do Berliner Künstlerprogram no qual participaram, entre outros, Gombrowicz, Michel Butor, Peter Handke e Mario Vargas Llosa. Tem colaborado em diversas publicações colectivas, nomeadamente em revistas alemãs, brasileiras, francesas, holandesas, italianas, suecas e norte-americanas. Os seus romances foram objecto de várias teses universitárias em Itália, Holanda, Brasil, França e, mais recentemente, também em Portugal. Em 1979 seleccionou e traduziu Poemas Políticos de Hans Magnus Enzensberger.Ficcionista e ensaísta, Almeida Faria obteve o Prémio Revelação de Romance da Sociedade Portuguesa de Escritores com o livro Rumor Branco (1962), confirmando depois a sua maturidade literária com A Paixão (1965), primeiro romance de uma «Tetralogia Lusitana» de que fazem parte Cortes (1978) – Prémio Aquilino Ribeiro da Academia das Ciências de Lisboa, Lusitanía (1980) – Prémio Dom Dinis da Fundação da Casa de Mateus, e Cavaleiro Andante (1983) Prémio Originais de Ficção da Associação Portuguesa de Escritores. Os seus livros estão traduzidos em várias línguas.Almeida Faria publicou ainda o conto Os Passeios do Sonhador Solitário (1982) e o ensaio Do Poeta-Pintor ao Pintor-Poeta (1988). O seu último romance, O Conquistador, foi dado à estampa em 1990. Em 1997 adaptou ao teatro o romance A Paixão, sob o título Vozes da Paixão (1998), peça que não pretende ser subsidiária do romance, até por ter sido escrita em verso livre. Nesse mesmo ano, foi estreada em Lisboa no Centro Cultural de Belém. Em 1999, na colecção "Caminho de Abril", publicou a peça intitulada A Revilavorta.


Almeida Garrett
Almeida GarrettJoão Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett (1799-1854) nasceu no Porto. Em 1809 partiu para a ilha Terceira por causa das invasões francesas. Aí recebe de um tio, bispo de Angra do Heroísmo, uma educação religiosa e clássica. Matricula-se no curso de Direito em Coimbra e adere às ideias liberais e começa a escrever algumas peças de teatro. Com a Vila-Francada, exila-se em Inglaterra, onde contacta com a literatura romântica (Byron e Walter Scott). Em 1825 publica em Paris Camões, obra marcante para o Romantismo português. Após a guerra civil, é nomeado cônsul geral em Bruxelas. Estuda a língua e a literatura alemãs (Herder, Schiller e Goethe). Regressa a Portugal em 1836 e Passos Manuel encarrega-o de reorganizar o teatro nacional, nomeando-o inspector dos teatros. Publica várias peças de teatro: Um Auto de Gil Vicente (1838), O Alfageme de Santarém(1841), Frei Luís de Sousa(1843), Falar Verdade a Mentir (1845), entre outras. Publica os romances Arco de Santana (1845) e Viagens na Minha Terra (1846), assim como os livros de poemas Flores sem Fruto (1845) e Folhas Caídas (1853). Morre a 9 de Dezembro de 1854 em Lisboa.


Álvaro Feijó

Álvaro de Castro e Sousa Correia Feijó (1916-1941) nasceu em Viana do Castelo e faleceu em Coimbra. Estudou em Coimbra, onde, com outros, fundou o grupo de poetas «Novo Cancioneiro» de tendências neo-realistas, de que faziam parte 
Fernando Namora, Manuel da Fonseca, Carlos da Oliveira, Mário Dionísio, etc. Colaborou na revista O Diabo, também de tendências neo-realistas. Obras poéticas: Corsário (1941) e Os Poemas de Álvaro Feijó (1941).
















Álvaro Velho
Álvaro Velho (século XV-XVI) terá nascido no Barreiro em data incerta e participou como marinheiro ou soldado na expedição de Vasco da Gama à Índia. Segundo Valentim Fernandes, terá passado oito anos na Guiné (1499-1507). O diáro de bordo de Álvaro Velho, Roteiro da Índia, chegou até nós incompleto, desconhecendo-se o manuscrito original. A cópia encontra-se na Biblioteca Pública Municipal do Porto. O Roteiro da Índia, ou Roteiro da Viagem que em Descobrimento da Índia pelo Cabo da Boa Esperança fez D. Vasco da Gama em 1497, foi publicado no Porto em 1838.










Alves Redol
António Alves Redol nasceu em Vila Franca de Xira no dia 29 de Dezembro de 1911 e faleceu em Lisboa no dia 29 de Novembro de 1969. Era filho de um comerciante modesto. Trabalhou como operário em Angola durante alguns anos. Quando regressou a Portugal em 1936, juntou-se ao movimento que se opunha ao Estado Novo, tornando-se militante do Partido Comunista. Dedica-se à ficção tornando-se um dos principais romancistas de tendência neo-realista.Das suas obras descam-se os seguintes romances: Gaibéus (1939), Marés (1941); Avieiros (1942); Fanga (1943); Porto Manso (1946); Ciclo Port-Wine: Horizonte Cerrado (1949), Os Homens e as Sombras (1951), Vindima de Sangue (1953); Olhos de Água (1954); A Barca dos Sete Lemes (1958); Uma Fenda na Muralha(1959), O Cavalo Espantado (1960); Barranco de Cegos (1962); Histórias Afluentes (1963); O Muro Branco (1966). Postumamente, saiu o volume de teatro Os Reinegros (1974).




Amadeu Baptista
Amadeu BaptistaAmadeu Baptista nasceu no Porto a 6 de Maio de 1953. Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É membro da Associação Portuguesa de Escritores e do Pen Clube Português. Colaboração dispersa em jornais, revistas, livros colectivos e antologias nos seguintes países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, E.U. A., Espanha, França, Grã-Bretanha, Itália, México, Portugal, Roménia e Uruguai. Poemas seus foram traduzidos para alemão, castelhano, catalão, francês, hebraico, italiano, inglês e romeno. É divulgador em Portugal de poetas espanhóis e hispano-americanos. Fundou e co-dirigiu (com Álvaro Holstein Ferreira e Vergílio Alberto Vieira) a publicação Babel – fascículos de poesia, e co-organizou (com Egito Gonçalves) a revista Orfeu 4. Organização de antologias: Quanta Terra!!! - Poesia e Prosa Brasileira Contemporânea, 2001; Álbum de Acenos – Antologia de Poesia e Fotografia, 2001; Poesia Digital – 7 poetas dos anos 80, em col. com José Emílio-Nelson, Porto, 2003. Integrou o Júri do Grande Prémio de Poesia APE/CTT relativo ao ano editorial de 1993, 1997 e 2003; o Júri do Grande Prémio de Literatura Biográfica APE/C.M. do Porto relativo ao ano editorial de 1997 e o Júri do Grande Prémio do Conto APE/Câmara de Vila Nova de Famalicão, relativo ao ano editorial de 1999. Obras publicadas: As Passagens Secretas, Coimbra, 1982; Green Man & French Horn (in A Jovem Poesia Portuguesa/2, em col.), Porto, 1985; Maçã [Prémio José Silvério de Andrade – Foz Côa Cultural, 1985], Porto, 1986; Kefiah, Viana do Castelo, 1988; O Sossego da Luz, Porto, 1989; Desenho de Luzes (edição galaico-portuguesa), Corunha, Galiza, Espanha, 1997; Arte do Regresso (pelo primeiro capítulo deste livro, Cúmplices, recebeu o Prémio Pedro Mir, na categoria de Língua Portuguesa, promovido pela revistaPlural, da Cidade do México, em 1993), Porto, 1999; As Tentações, Santarém, 1999; A Sombra Iluminada (in Douro: Um Percurso de Segredos, em col.), s/l, 2000; A Noite Ismaelita, Guimarães, 2000; A Construção de Nínive, Porto, 2001; Paixão (Prémio Vítor Matos e Sá, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2001 e Prémio Teixeira de Pascoaes, 2004), Porto, 2003; Sal Negro (in Sal Negro Sal Branco com 25 fotografias de Rosa Reis) Almada, 2003; O Som do Vermelho – tríptico poético sobre pintura de Rogério Ribeiro, Porto, 2003; O Claro Interior [Prémio de Poesia e Ficção de Almada – 2000 / poesia], Almada, 2004; Salmo (com a reprodução de um desenho de Rogério Ribeiro), Porto, 2004; Negrume (com desenhos de Ana Biscaia), Lisboa, 2006; Antecedentes Criminais (Antologia Pessoal 1982-2007), Vila Nova de Famalicão, 2007; O Bosque Cintilante [Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, 2007], Vila Novade Azeitão, 2007 (ed. fora do mercado); Balada da Neve e Outros Poemas, Maputo, Moçambique; Outros Domínios (Clamor por Florbela Espanca) – [Prémio Literário Florbela Espanca, 2007], Vila Viçosa, 2008; O Bosque Cintilante [id.], Porto, 2008. A publicar: Estrela de Bizâncio ­–  [Prémio de Poesia e Ficção de Almada – 2000 / prosa]; Poemas de Caravaggio – [Prémio Nacional de Poesia Natércia Freire, 2007]; Sobre as Imagens – [Prémio Internacional de Poesia Palavra Ibérica, 2008]


Américo Olavo

Américo Olavo Correia de Azevedo (1881-1927) nasceu no Funchal a 16 de Dezembro de 1881. Fez parte, como capitão de infantaria, das tropas portuguesas que se bateram em França ao lado dos aliados, sendo condecorado com a Cruz de Guerra e com a 3ª classe da ordem da Torre e Espada por actos de bravura praticados durante a campanha. Tendo sido feito prisioneiro pelos alemães na Batalha de La Lys (9 de Abril de 1918), só voltou a Portugal nos princípios de 1919. Foi eleito deputado pelo Funchal nas eleições que se realizaram em 11 de Maio do mesmo ano. Maçon desde 1901, foi membro do grupo dos Jovens Turcos, sucessivamente democrático e reconstituinte. Exerceu o cargo de Ministro da Guerra de 8 de Maio a 6 de Julho de 1924. Morreu na revolta de 8 de Fevereiro de 1927. Escreveu a obra memorialista Na Grande Guerra (Guimarães & Cª Editores, 1919). Em coautoria com Chagas Franco, publicou a colectânea Centro da vida; Os preconceitos da viscondessa; Suzana; Rebelde; Cartão de uma noiva; O pequeno cantor; Estéril; Uma Tragédia (Liv. Guimarães, 1909).


A. M. Pires Cabral
A. M. Pires Cabral
A. M. Pires Cabral nasceu em 1941 na freguesia de Chacim, concelho de Macedo de Cavaleiros, Trás-os-Montes. Licenciou-se em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra e é actualmente professor do Ensino Secundário. Tornou-se conhecido ao ganhar o Prémio Círculo de Leitores de 1983 com o romance Sancirilo. É um escritor cuja matéria literária se centra essencialmente na ruralidade.
















Ana Hatherly
Ana Hatherly nasceu no Porto em 1929. Poeta, ensaísta e professora universitária, dedicou-se à Poesia Visual e ao Barroco como corrente literária. Obras poéticas: Um Ritmo Perdido (Lisboa, 1958), As Aparências (Lisboa, 1959), A Dama e o Cavaleiro (Lisboa, 1960), Sigma (Lisboa, 1965), Anagramático (Lisboa, 1970), O Escritor (Lisboa, 1975), Poesia (1958-1978) (Lisboa, 1979), Joyciana (obra colectiva, Lisboa, 1982), O Cisne Intacto (Porto, 1983), A Cidade das palavras(Lisboa, 1988), 77 Tisane (Verona, Colpo di Fulmine Editore, 1994), Volúpia (Lisboa, 1997), 351 Tisanas (Lisboa, 1997), A Idade da Escrita (Lisboa, Edições Tema, 1998). Poesia Visual – Mapas da Imaginação e da Memória (Lisboa, 1973), A Reinvenção da Leitura (Lisboa, 1975), Escrita Natural (Lisboa, 1988). Ensaio:A Experiência do Prodígio: Bases Teóricas e Antologia de Textos-Visuais Portugueses dos Séculos XVII e XVIII (Lisboa, IN-CM, 1983).




Ângelo Rodrigues
Ângelo Rodrigues nasceu em Torres Novas no ano de 1964. É licenciado em Filosofia e professor desta disciplina; é director do DNA da Editorial Minerva; compõe e interpreta alguma música sua e dos outros; é declamador e divulgador de Poesia (Jograis Orpheu) e participou em várias representações teatrais e performances. Produziu diversas capas de livros e de discos. Foi produtor de espectáculos e realizador-locutor na Rádio Renascença e outras rádios. Obras publicadas: Eu, o Ser e a Dúvida, Ed. Orpheu, 1989; Compra-me Um Deus, Ed. Orpheu, 1992; Bosque Flutuante – o vírus na rede dos camaleões (em co-autoria com onze autores, Ed. Minerva, 1996; Fragmentos do Tempo Parado (em co-autoria com António Vieira da Silva – fotografia artística) Colecção de quatro postais, Ed. Minerva, 1997; Da Ressurreição do Espanto – Um Outeiro de Ninguém (em co-autoria com Abílio Sampaio) Ed. Minerva, 1998; Da Ressurreição do Espanto, Ed. Minerva, 1998.
Antero de Quental

Antero - pintura de ColumbanoAntero de Quental (1842-1891) nasceu em Ponta Delgada, Açores. Frequentou a Universidade de Coimbra, tendo passado depois algum tempo em Paris. Viajou pelos Estados Unidos e Canadá, fixando-se em Lisboa. Pertenceu à à chamada Geração de Setenta, grupo que pretendia renovar a mentalidade portuguesa, e participou nas Conferências do Casino. Foi amigo, entre outros, de Eça de Queirós e Oliveira Martins. Atacada por uma doença do foro psiquiátrico, regressa aos Açores onde se suicida. As suas obras vão da poesia à reflexão filosófica: Raios de Extinta LuzOdes ModermasPrimaveras Românticas, Sonetos, Prosas e Cartas.










Antero Monteiro
Antero Monteiro nasceu na actual vila de S. Paio de Oleiros, concelho de Santa Maria da Feira, no dia 4 de Abril de 1946. Estudou na Congregação do Espírito Santo, em Viana do Castelo e em Braga, e licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. É professor na Escola E. B. 2/3 Sá Couto, em Espinho, e formador de professores na área de Didácticas Específicas de Língua Portuguesa. Participou em várias experiências pedagógicas e foi orientador-delegado de estágio no Gabinete de Português da Direcção-Geral do Ensino Básico, no Porto. Publicou vários manuais de Língua Portuguesa no nosso País e em Cabo Verde e artigos pedagógico-didácticos em várias revistas da especialidade. É fundador e director de um jornal regional e de uma biblioteca pública. Colaborou em vários periódicos regionais.No âmbito da poesia, publicou: Canto de Encantos e Desencantos (edição do autor), O Remédio É Naufragar (Elefante Editores) e A Lia Que Lia Lia, poemas infanto-juvenis, também na Elefante Editores.


António Alçada Baptista
António Alçada Baptista nasceu na Covilhã no dia 29/01/1927. Frequentou um colégio de jesuítas e licenciou-se em Direito. Foi presidente do Instituto Português do Livro. Tornou-se conhecido como autor com a publicação do primeiro volume da obra Peregrinação Interior – Reflexões sobre Deus (1971). Com a eleição de Jorge Sampaio para Presidente da República, foi nomeado seu colaborador. Obras: Documentos Políticos (crónicas e ensaios, 1970), Peregrinação Interior I – Reflexões sobre Deus (1971), O Tempo das Palavras (1973), Conversas com Marcello Caetano (1973), Peregrinação Interior II – O Anjo da Esperança (1982), Os Nós e os Laços (romance, 1985), Catarina ou o Sabor da Maçã (novela, 1988), Tia Suzana, meu Amor (romance, 1989), O Riso de Deus (romance, 1994).






António Barbosa Bacelar
António Barbosa Bacelar (1610-1663) nasceu em Lisboa de uma família remediada, frequentando o Colégio de Santo Antão e indo depois estudar Direito para Coimbra. Tendo-se dedicado à magistratura, foi corregedor em Castelo Branco, provedor em Évora, desembargador no Porto e magistrado na Casa da Suplicação em Lisboa. A par do trabalho no âmbito da justiça, dedicou-se à escrita, nomeadamente à historiografia e à poesia. Dentro da historiografia, escreveu a Relação Diária do Sítio e Tomada da Forte Praça do Recife, publicada em Lisboa em 1654, a Relação da Vitória que Alcançaram as Armas do Muito Alto e Poderoso Rei D. Afonso VI, em 14 de Janeiro de 1609, Uma e Outra Fortuna do Marquês de Montalvor, D. João de Mascarenhas e a Vida de D. Francisco de Almeida. A sua obra poética está essencialmente publicada na Fénix Renascida.




António Botto
António Botto
António Botto (1897-1959) nasceu em Alvega, concelho de Abrantes, indo muito novo para Lisboa na companhia dos pais. Trabalhou numa livraria, indo depois para África como funcionário público. Em 1947 partiu para o Brasil, morrendo atropelado no Rio de Janeiro em 1959. A sua obra poética, admirada por Fernando Pessoa e pelo grupo da Presença, é vasta. No entanto, a sua obra mais conhecida é Canções, publicada em 1921 e desde logo causa de escândalo nos meios intelectuais portugueses por ser uma obra explicitamente pederasta. Além desta obra, publicou: Cantigas de Saudade (1918), Canções do Sul (1920), Motivos de Beleza (1923), Curiosidades Estéticas (1924), Piquenas Esculturas (1925), Olimpíadas (1927), Dandismo (1928), Ciúme (1934),Baionetas da Morte (1936), A Vida que te Dei (1938), O Livro do Povo (1944), Ódio e Amor (1947), Fátima – Poema do Mundo(1955), Ainda não se Escreveu (1959).




António Cabral
António CabralAntónio Cabral (António Joaquim Magalhães Cabral) nasceu em Castedo do Douro (Alijó), em 30.04.1931, e faleceu em 2007. Frequentou o curso teológico do Seminário de Vila Real e a licenciatura em Filosofia pela Universidade do Porto. Além de ter sido professor no ensino oficial, destaca-se no seu currículo o jornadear pelo país (centros culturais, escolas do ensino básico, secundário e universitário) e pelo estrangeiro, Galiza e Alemanha sobretudo, falando dos temas que lhe são preferidos: literatura, jogos populares e pedagogia do jogo. Na área pedagógica foi membro do Conselho de Redacção da revista galaico-portuguesa O Ensino. Professor de Cultura Geral, na Universidade Sénior de Vila Real.Como animador sociocultural, fundou o Centro Cultural Regional de Vila Real (1979) de que foi o Presidente da Direcção até l991. É sobretudo na investigação e organização de festas de jogos populares que a sua acção tem sido mais notória, mesmo depois de 1991, ano em que passou a ser o Presidente da Assembleia Geral do CCRVR. "Expert" do Conselho da Europa no II Estágio Alternativo Europeu sobre Desportos Tradicionais e Jogos Populares (Lamego, 1982) e principal responsável pela organização dos Jogos Populares Transmontanos e Jogos Populares Galaico-Transmontanos, com início respectivamente em l977 e 1983. No âmbito do CCRVR fomentou a vida associativa, promovendo numerosos encontros. No FAOJ (Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis), que antecedeu o Instituto da Juventude, desempenhou os cargos de Delegado do Distrito de Vila Real e Coordenador da Zona Norte (l974-1976). Presidente da Direcção da ANASC (Associação Nacional de Animadores Socioculturais, fundada em 1995, e seguidamente Presidente da Assembleia Geral, função que já não exerce, participando em sucessivos congressos internacionais. Desde Março de 1996 até final de Janeiro de 2004, Delegado do INATEL no Distrito de Vila Real, o que lhe permitiu, segundo a sua inclinação, privilegiar a cultura popular.


António Corrêa de Oliveira
António Corrêa de Oliveira (1879-1960) nasceu em São Pedro do Sul e faleceu em Esposende. Estudou no seminário de Viseu, indo depois para Lisboa onde trabalhou como jornalista no Diário Ilustrado. Tendo casado com uma rica proprietária minhota, fixa-se na aldeia de Belinho, conselho de Esposende. Foi um dos cantores do Saudosismo, juntamente com Teixeira de Pascoaes e outros. Colaborou na revista A Águia, Atlântida, Ave Azul e Seara Nova. Obras poéticas:Ladainha (1897), Eiradas (1899), Cantigas (1902), Raiz (1903), Ara (1904), Tentações de S. Frei Gil (1907), Elogio dos Sentidos (1908), Alma Religiosa (1910),Dizeres do Povo (1911), Romarias (1912), A Criação. I. Vida e História da Árvore (1913), A Minha Terra (1915-1917), Na Hora Incerta (Viriato Lusitano) (1920),Verbo Ser e Verbo Amar (1926), Mare Nostrum (1939), História Pequenina de Portugal Gigante (1940), Aljubarrota ao Luar (1944), Saudade Nossa (1944),Redondilhas (1948), Azinheira em Flor (1954).


António de Cabedo
Atónio de Cabedo: Este poeta, falecido em Lisboa há quinze anos, era doente, pobre, triste, alanceado de saudades de duas esposas que amara e perdera, e, ainda assim, teve intervalos remansosos em que fez poesias cómicas de rara sensatez e chiste – coisas que por milagre se acolchetam.
O actual visconde de Castilho, em um mavioso livro da sua mocidade, Memórias dos Vinte Anos, escreveu esta formosa página a respeito de António de Cabedo:
[...] Eu já conhecia vagamente este nome por signatário de alguma peça de versos aqui ou ali estampada nesta ou naquela folha efémera de alguma árvore periodical. Mas a pessoa de António de Cabedo dizia-me muito outra coisa que me não diziam os seus versos. Era débil, mimoso, aflitivo. Tinha um corpo frágil e mesquinho, e uma estatura pouco acima da adolescência. Tinha uma voz gasta e doentia, maneiras simpáticas e insinuantes, e no rosto e no porte não sei que sofrida e poética expressão. Dir-se-ia ao vê-lo: «É um infeliz.» «Não é», respondia logo com altivez delicada o seu sorriso, que se esforçava por sorrir. «Não me enganas, sorriso! é um infeliz, e é um poeta.»


António de Macedo
António de MacedoAntónio de Macedo nasceu, em Lisboa, em 5 de Julho de 1931. No início da sua carreira, e durante alguns anos, exerceu a profissão de arquitecto que abandonou em 1964 para se dedicar ao cinema, à literatura, à pesquisa de músicas de vanguarda. Especializou-se na investigação das religiões comparadas, das tradições esotéricas, de história da filosofia e da estética audio-visual, da literatura fantástica e da ficção científica, temas que tem abordado em inúmeros colóquios e conferências, e em diversas publicações.Inclui na sua extensa filmografia dezenas de documentários e programas televisivos, bem como filmes de longa-metragem entre as quais se destacam Domingo à Tarde (1965), Nojo aos Cães (1970), A Promessa (1972), O Princípio da Sabedoria (1975), As Horas de Maria (1976), Os Abismos da Meia-Noite(1982), Os Emissários de Khalôm (1987), A Maldição de Marialva (1989), Chá Forte com Limão (1993), etc.




António Maria Lisboa
António Maria Lisboa (1928-1953) nasceu e faleceu em Lisboa. Foi um dos introdutores do surrealismo em Portugal, tendo colaborado nas sessões do JUBA e nas exposições do Grupo Surrealista Dissidente. Escreveu Erro Próprio (1950), o principal manifesto do surrealismo português, e foi redactor de Afixação Proibida em colaboração com Mário Cesariny de Vasconcelos.
















António de Sousa Macedo
António de Sousa Macedo (1606-1682) nasceu no Porto e faleceu em Lisboa. Era de família nobre entroncada nos Braganças. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Depois da Restauração, foi secretário de estado na embaixada que D. João IV enviou à corte de Carlos I de Inglaterra e embaixador na Holanda. Foi desterrado para a ilha Terceira após a abdicação de Afonso VI (1669). Foi director de um dos primeiros jornais portugueses, Mercúrio Português, publicado mensalmente em Lisboa (1663-1666). Escreveu obras em português, castelhano e latim. Obras: Flores de España, Excelências de Portugal (Lisboa, 1631); Ulissipo (poema heróico, 1640); Lusitania Liberata ab injusto Castellanorum dominio (Londres, 1645); Hermonia Política dos Documentos Divinos com as Conveniências de Estado (Haia, 1651); Eva e Ave (Lisboa, 1676).




António Feijó
António Joaquim de Castro Feijó (1859-1917) nasceu em Ponte de Lima e faleceu em Estocolmo. Estudou Direito em Coimbra, ingressando na carreira diplomática. Exerceu cargos diplomáticos no Brasil e na Suécia. Casou com uma senhora sueca, que morreu prematuramente. Fundou em 1880 na cidade de Coimbra, com Luís de Magalhães, a Revista Científica e Literária. Colaborou nas revistas ArteA Ilustração Portuguesa, O Instituto, Novidades, Museu Ilustrado, etc. Como poeta, António Feijó é habitualmente ligado ao Parnasianismo. Obras: Transfigurações (1882), Líricas e Opulentas (1884), À Janela do Ocidente(1885), Cancioneiro Chinês (1890), Ilha dos Amores (1897), Bailatas (1907), Sol de Inverno (1922), Poesias Completas de António Feijó (1940).






António Feliciano de Castilho

Antonio Feliciano de Castilho - pintura de Miguel LúpiAntónio Feliciano de Castilho (1800-1875) nasceu e faleceu em Lisboa. Aos seis anos, por motivo do sarampo, cegou. Não obstante isso, seguiu estudos regulares, graças ao auxílio de seu irmão Augusto Frederico. Em 1817, matriculou-se na Universidade e em 1826 estava formado em Cânones. A seguir, fixou-se com o irmão em Castanheira do Vouga, perto de Águeda, e aí se conservou uns oito anos, em situação que muito favoreceu o estudo e a produção literária. Esteve na Madeira e nos Açores e visitou o Brasil. – Dedicou-se à tradução de obras em latim, francês e inglês.












António Ferreira

António FerreiraAntónio Ferreira (1528-1569) nasceu em Lisboa, estudando Direito na Universidade de Coimbra. Além de desembargador, cultivou a poesia, sendo o discípulo mais famoso de Sá Miranda. Os seus poemas foram publicados por seu filho, Miguel Leite Ferreira, em 1598, sob o título de Poemas Lusitanos. Escreveu as comédias Bristo e Cioso, publicadas em 1622, e a tragédia Castro, publicada em 1587. É considerado um dos maiores poetas do classicismo renascentista de língua portuguesa.














António Fidalgo

António FidalgoAntónio Fidalgo nasceu em 1956 na Beira Interior. Leccionou Filosofia e Teologia na Universidade Católica Portuguesa (Lisboa). Actualmente é professor catedrático na Universidade da Beira Interior, Covilhã, onde leccionada Semiótica. Obras publicadas: Joaquim, o Último dos Profetas, Lisboa, Edições Cotovia, 1993 (romance).
















António Franco Alexandre

António Franco Alexandre nasceu em 1944 e é um dos poetas mais significativos da actual poesia portuguesa. Em 1962 foi estudar Matemática para Toulouse, aí vivendo até 1969. Parte depois para Harvard com uma bolsa para continuar a estudar Matemática. Regressa em 1971 à França, desta vez Paris. Em 1975, com um doutoramento a Matemática, volta a Portugal e é convidado para leccionar na Faculdade de Letras de Lisboa. Obras: Distância (1969), Visitação, A Pequena Face, Dos Jogos de Inverno, Sem Palavras Nem Coisas (1974), Os Objectos Principais (1979), A Pequena Face (1983), As Moradas 1&2 (1987), Oásis (Assírio & Alvim, 1992), Poemas (Assírio & Alvim, 1996).










António Gedeão

António GedeãoAntónio Gedeão (1906-1997), pseudónimo de Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, nasceu e faleceu em Lisboa. Além de poeta, foi professor de Ciências Físico-Químicas, aliando a ciência à literatura. Obras poéticas: Movimento Perpétuo (1956), Teatro do Mundo(1958), Máquina de Fogo (1961), Poema para Galileu (1964), Linhas de Força (1967), Poesias Completas (1975), Poemas Póstumos(1983), Novos Poemas Póstumos (1990). Ficção: A Poltrona e Outras Novelas (1973). Teatro: RTX 78/24 (1963). Estudos: História da Fundação do Colégio Real dos Nobres (1959).










António Gonçalves de Bandarra

O Sapateiro de TrancosoAntónio Gonçalves de Bandarra (1500-1556) nasceu e faleceu em Trancoso. Tendo exercido a profissão de sapateiro, dedicou-se à divulgação em verso de profecias de cariz messiânico. Por causa disso, foi acusado pela Inquisição de judaísmo e as suas trovas foram incluídas no Catálogo de Livros Proibidos. D. João de Castro foi o editor da primeira edição conjunta das trovas, com o títuloParáfrase e Concordância de Algumas Profecias de Bandarra, publicadas provavelmente em Paris no ano de 1603. A obra foi bem recebida pelos nacionalistas portugueses que aspiravam libertar-se do jugo de Espanha, interpretando as trovas como uma profecia ao regresso do Rei D. Sebastião. Em 1802, as trovas tiveram uma segunda edição, na cidade francesa de Nantes, patrocinada pelo Marquês de Nisa. São reimpressas em 1809 (Barcelona e Londres), aquando das invasões francesas, com prefácio de Frei José Leonardo da Silva. Em 1815, com o título Trovas Inéditas do Bandarra sai uma nova edição. Entre 1822-1823, com o título Verdade e Complemento das Profecias, uma outra. As Trovas do Bandarra influenciaram o pensamento sebastianisma e messiánico de Padre Antonio Vieira e de Fernando Pessoa.


António José da Silva (o Judeu)

António José da Silva - escultura de Simões de Almeida, SobrinhoAntónio José da Silva (o Judeu) nasceu no Rio de Janeiro em 1705 e faleceu em Lisboa em 1739. Oriundo de uma família cristã-nova que se refugiara no Brasil, vem para Portugal com a família. Forma-se em Direito na Universidade de Coimbra e em 1737 é preso com a própria esposa, ambos acusados de actividades judaizantes pela Inquisição. É executado em 1739 num auto-de-fé. Conhecido como comediógrafo de teatro de marionetas, as suas peças foram representadas no Teatro do Bairro Alto, onde conheceram grande sucesso popular. Das obras destacam-se: Vida do Grande D. Quixote de la Mancha (1733), Esopaida ou Vida de Esopo (1734), Os Encantos de Medeia (1735), Anfitrião ou Júpiter e Alcmena (1736), Labirinto de Creta (1736), Guerras do Alecrim e Manjerona (1737),Variedades de Proteu (1737), Precipício de Faetonte (1738), etc.






António José Queirós

António José QueirósAntónio José Queirós nasceu em Vila Meã, concelho de Amarante, no dia 4 de Maio de 1954. Doutor em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, é professor do Ensino Secundário.Fundador e director das revistas literárias Cadernos do Tâmega (Amarante, 1989-1995), Anto (Amarante, 1997-2000) e Saudade (em curso de publicação desde 2001, em Amarante), fez parte do Conselho de Redacção da revista Nova Renascença (Porto). De Dezembro de 1999 a Dezembro de 2003 foi director do Jornal de Vila Meã.É autor de dois livros de poesia: Memória do Silêncio (1ª ed., Editora Justiça e Paz, Vila Nova de Gaia, 1989; 2ª ed., Amarante, Edições do Tâmega, 1994; 3ª ed., Editora Labirinto, Fafe, 2007) e Os Meninos e Outros Poemas (Amarante, Edições do Tâmega, 1993).Tem colaboração em diversas revistas literárias portuguesas e estrangeiras. Para além das que fundou, refiram-se as seguintes: Portugal –Nova Renascença (Porto), Palavra em Mutação (Porto); Gazeta de Poesia (Lisboa); Brasil – Correio da Poesia (Bahia), Literatura (Brasília), Panorama da Palavra (Rio de Janeiro); Espanha – Dolmen (Ourense), Calandrajas (Toledo), Anfora Nova (Rute, Córdoba), Turia (Teruel), Revista Atlántica (Cádiz), El Hurón de los Caños (Barbate, Cádiz), Cármenes (Barcelona); França –  Arpa (Clermont-Ferrand); Itália – Nuove Lettere (Nápoles).


António Lobo Antunes

António Lobo AntunesAntónio Lobo Antunes nasceu em Lisboa em 1942. Licenciou-se em Medicina, tirando mais tarde a especialidade de Psiquiatria. Exerceu a Medicina até 1985, passando a partir dessa data a dedicar-se inteiramente à escrita. Ganhou o Grande Prémio APE em 1985 com o romance Auto dos Danados e em 2000 com o romance Exortação aos Crocodilos, tendo sido várias vezes proposto para o Prémio Nobel da Literatura. Em 2007 ganhou o Prémio Camões, tendo-lhe sido no mesmo ano atribuído o doutoramento honoris causa pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. É um dos escritores portugueses mais traduzidos, tendo obras publicadas em pelo menos dezassete línguas.








António Manuel Venda

António Manuel Venda nasceu em Monchique, no Algarve, em 1968. É licenciado em Gestão de Empresas e pós-graduado em Marketing e Mercados Financeiros. Começou por publicar contos, crónicas e artigos em jornais e revistas. Em 1989, foi-lhe atribuído o Prémio Literatura na Universidade, do Instituto Abel Salazar, na cidade do Porto. No ano seguinte, no âmbito do Programa Cultura e Desenvolvimento, recebeu o Prémio de Literatura da Secretaria de Estado da Cultura e da Sociedade Portuguesa de Autores. Ainda em 1990, foi-lhe atribuído o Prémio DN Jovem «Descobrimentos Portugueses». Foi ainda distinguido com o Prémio Revelação Inasset, do Centro Nacional de Cultura, em 1991, e com o Prémio Literário Cidade de Almada, em 1996. Publicou as seguintes obras:Quando o Presidente da República Visitou Monchique por Mera Curiosidade (contos, Ed. Pergaminho, 1996); Os Abençoados Fiéis do Senhor S. Romão(novela, Ed. Pergaminho, 1997); Até Acabar com o Diabo (romance, Ed. Pergaminho, 1998); O Velho que Esperava por D. Sebastião (contos, Ed. Pergaminho, 1999).


António Mendes Moreira

António Mendes MoreiraAntónio Mendes Moreira, médico desde 1951, reside em Paredes, onde nasceu em 5 de Julho de 1926. Aqui foi director clínico do hospital, director do centro de saúde e professor do ensino secundário. Álvaro Salema salientou que se trata dum «autor que persevera por gosto de escrever e por mérito próprio, distanciado dos meios onde se forjam e alimentam as reputações literárias». Foi incluído na colectânea de escritores do livro Além Texto, da autoria do crítico e ensaísta Ramiro Teixeira. Em 1991, o Município de Paredes instituiu um prémio bienal de ficção com o seu nome. Obras principais: O Tojo Também Floresce (romance, 1956),Vida de Medico(contos, 1966), Vilateia (narrativa romanceada, 1975), Sobretudo o Amor (contos, 1985), Eu e o Outros (7 volumes em: 1983, 1984, 1987, 1992, 1995, 1997 e 2001), O Homem de Bronze (narrativa romanceada, 1993), A Jornada(compilação de toda a ficção, 1996), Conversa de Amor (1998), As Minhas Charlas (literatura biográfica, 1999), A Alma Nua de um Médico (narrativas autobiográficas, 2002).


António Mota

António Mota nasceu em Vilarelho, Baião (concelho da região duriense), em 1957. É professor do ensino básico, tornando-se conhecido como autor de literatura juvenil. O autor procura transpor para os seus livros as memórias da infância vividas na região do Douro. Ganhou vários prémios, de que se destacam o Prémio da Associação Portuguesa de Escritores com a obra O Rapaz de Louredo(1983) e o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para Crianças com a obra Pedro Alecrim (1990).














António Nobre

António NobreAntónio Nobre (1867-1900) nasceu no Porto, matriculando-se em 1888 no curso de Direito na Universidade de Coimbra. Como os estudos lhe corressem mal, partiu para Paris onde frequentou a Escola Livre de Ciências Políticas, licenciando-se em Ciências Jurídicas. De regresso a Portugal, tenta entrar na carreira diplomática, mas a tuberculose impede-o. Doente, ocupa o resto dos seus dias em viagens a procurar remédio para o seu mal, da Suíça à Madeira. Faleceu ainda muito novo na Foz do Douro. Obras poéticas:  (publicada em Paris em 1892), Despedidas (1902) e Primeiros Versos (1921), ambas publicadas postumamente.










António Patrício

António PatrícioAntónio Patrício (1878-1930) nasceu no Porto e faleceu em Macau. Frequentou a Escola Naval, em Lisboa, formando-se depois em Medicina no Porto. Após a proclamação da república é nomeado cônsul na Coruña, Espanha. Exerceu depois funcões diplomáticas no Cantão, Manaus, Bremen, Atenas, Istambul; Caracas, Londres, etc. Faleceu a caminho de Pequim quando ia tomar posse como ministro. António Patrício sofreu influências do Simbolismo e do Decadentismo. Notabilizou-se no teatro, em especial nas obras de carácter histórico. Obras poéticas: Oceano (1905), Poesias 81942), Poesias Completas (1980). Teatro: O Fim (1909), Pedro o Cru (1913), Dinis e Isabel (1919), D. João e a Máscara (1924). Ficção: Serão Inquieto (contos, 1910).






António Ramos Rosa

António Vítor Ramos Rosa nasceu em Faro no dia 17 de Outubro de 1924. Fez estudos secundários, trabalhando como empregado de escritório, correspondente comercial, professor e tradutor. Nos anos 50, radica-se em Lisboa, vindo a ser director das revistas literárias ÁrvoreCassiopeia e Cadernos do Meio-Dia, tornando-se conhecido como ensaísta e crítico literário. A partir de 1958, com a publicação do livro Grito Claro, torna-se conhecido como poeta. São fundamentais na sua obra poética os temas da terra, da água, do fogo e do ar. Em 1976 recebeu o prémio de tradução da Fondation de Hautvilliers e em 1988 foi-lhe atribuído o Prémio Fernando Pessoa.


António Rebordão Navarro

António Rebordão NavarroAntónio Augusto Rebordão e Cunha Navarro nasceu no Porto em 1 de Agosto de 1933. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi funcionário de uma Caixa de Previdência, Delegado do Ministério Público, Director da Biblioteca Pública Municipal do Porto e Director Editorial, tendo exercido a advocacia. Secretariou e dirigiu a Revista Literária Bandarra, fundada por seu pai, o escritor Augusto Navarro. Foi co-director de Notícias do Bloqueio e director-adjunto da revista literária Sol XXI. Colaborou em diversas publicações e encontra-se representado em várias antologias. Fez parte da direcção e foi Presidente da Assembleia Geral da Associação de Jornalistas e Homens das Letras do Porto e é Vogal do Conselho Fiscal da Sociedade Portuguesa de Autores.






António Sardinha
António Maria de Sousa Sardinha (1887-1925) nasceu em Monforte no dia 9 de Setembro, Alentejo, e faleceu em Elvas. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Com Alberto de Mosaraz e Hipólito Raposo, fundou em 1914 a Nação Portuguesa, revista de cariz nacionalista que viria a dar origem ao Integralismo Lusitano. António Sardinha torna-se director em 1922 do diário A Monarquia, defendendo o nacionalismo monárquico. Exilou-se em Espanha após o fracasso do movimento da Monarquia do Norte. Obras poéticas: Tronco Reverdecido (1910), Epopeia da Planicie (1915), Quando as Nascentes Despertam(1821), Na Corte da Saudade (1922), Chuva da Tarde (1923), Era uma Vez um Menino (1926), O Roubo da Europa (1931), Pequena Casa Lusitana (1937). Ensaio: O Valor da Raça (1915), Ao Princípio Era o Verbo (1924), Ao Ritmo da Ampulheta (1925), entre outras.


António Serrão de Castro
António Serrão de Castro (ou Crasto) nasceu em 1610 e faleceu em 1684. Poeta cristão-novo, foi acusado pela Inquisição e preso durante dez anos. Escreveu na prisão a obra Os Ratos da Inquisição, publicada por Camilo Castelo Branco em 1883. Heitor Gomes Teixeira publicou em 1977 uma bibliografia do poeta acompanhada de uma selecção de textos inéditos com a reprodução do facsímile de um dos textos. A obra de Heitor Gomes Teixeira tem por título de As Tábuas do Painel de um Auto (António Serrão de Castro) (Lisboa, 1977).

António Torrado
António Torrado nasceu em Lisboa em 1939. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Coimbra. Dedicou-se à escrita desde muuito novo, tendo começado a publicar aos 18 anos. A sua actividade profissional foi é diversa: escritor, pedagogo, jornalista,e ditor, produtor e argumentista para televisão. Tem trabalhado em parceria com Maria Alberta Menéres em diversos livros e programas de televisão.Actualmente, é Coordenador do Curso Anual de Expressão Poética e Narrativa no Centro de Arte Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian. É o professor responsável pela disciplina de Escrita Dramatúrgica na Escola Superior de Teatro e Cinema. É dramaturgo residente na Companhia de Teatro Comuna em Lisboa.Sendo consensualmente considerado um dos autores mais importantes na literatura infantil portuguesa, possui uma obra bastante extensa e diversificada, que integra textos de raiz popular e tradicional, mas também poesia e sobretudo contos. Reconhece a importância fundamental da literatura infantil enquanto veículo de mensagens, elegendo como valores a promover a liberdade de expressão e o respeito pela diferença.António Torrado utiliza com frequência o humor em algumas das suas histórias. Por outro lado, em alguns textos de carácter alegórico ou de ambiente oriental, é o registo poético que predomina. De resto, os valores poéticos assumem para o autor uma posição central em qualquer projecto educativo.Recentemente, começou também a trabalhar novelas e romances para a infância e juventude, mas a vertente mais marcada da sua actividade nos últimos tempos é, sem dúvida, o teatro.

Antunes da Silva
Armando Antunes da Silva (1921-1997) nasceu e faleceu em Évora. Frequentou a Escola Comercial de Évora, abandonando os estudos aos treze anos para trabalhar num escritório. Em 1948, fixa-se em Lisboa onde, a por do trabalho na secção de publicidade e de relações públicas numa empresa industrial, se dedica à escrita. Colaborou em várias publicações, destacando-se a revista Vértice, os jornais O Comércio do Porto, o Diário Popular, o Diário de Notícias, o Diário de Lisboa e O Diabo. A sua obra pertence ao Neo-realismo.Antunes da Silva publicou dois diários. O primeiro tem por título Jornal I – Diário e foi publicado em 1987, reportando-se a registos de 1984 e 1985. O segundo tem por título Jornal II – Diário e foi publicado em 1990, reportando-se a registos de 1986-1990. O autor, a viver na cidade de Évora, vai falando da velhice, tece opiniões sobre o que vai acontecendo na região, em Portugal e no mundo. Descreve a paisagem alentejana em diferentes momentos, fala de literatura, tece reflexões sobre o passado e sobre a sua vida presente. Relata viagens (uma delas aos Açores e outra a Macau). A cada passo, transcreve poemas. O estilo é simples e sem grandes pretensões.

Aquilino Ribeiro
Aquilino Gomes Ribeiro (1885-1963) nasceu em Carregal de Tabosa, Sernancelhe, e faleceu em Lisboa. Com o objectivo de ser padre, frequentou o colégio jesuíta da Lapa, os seminários de Lamego, Viseu e Beja. Em 1906 abandona o seminário e fixa-se em Lisboa, dedicando-se à defesa da república através de textos conspiratórios. Devido a uma explosão no seu quarto, onde morrem dois carbonários, foge para Paris e só regressa em 1914. Dedica-se então ao ensino e junta-se ao grupo da Seara Nova. Entre 1927 e 1928, sofre algumas perseguições e chega mesmo a ser preso, conseguindo fugir para Paris. Em 1959, é-lhe movido um processo censório pelo seu romance Quando os Lobos Uivam. A sua obra romanesca insere-se numa linha camiliana. Obras: A Via Sinuosa (1918), Terras do Demo (1919), O MalhadinhasFilhas da Babilónia (1920), Estrada de Santiago (1922), Andam Faunos pelo Bosque (1926), Romance da Raposa (1929), Batalha Sem Fim (1931), As Três Mulheres de Sansão (1932), S. Banaboião, Anacoreta e Mártir (1937), Volfrâmio (1944), Constantino de Bragança (1947), O Homem da Nave (1951), Abóboras no Telhado (1955), A Grande Casa de Romarigães (1957), etc.

Armando Côrtes-Rodrigues
Armando César Côrtes-Rodrigues (1891-1971) nasceu em Vila Franca do Campo, ilha de São Miguel, Açores, e faleceu em Ponta Delgada. Era filho do poeta César Rodrigues. Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa (1910-1915), tendo, nessa altura, conhecido Fernando Pessoa e integrando-se no Grupo do Orpheu. Colaborou nos dois primeiros números da revista com vários poemas, alguns dos quais assinados com o pseudónimo Violante de Cisneiros (Orpheu 2). Regressa aos Açores em 1917, onde se dedica ao ensino, vindo a trocar correspondência com Fernando Pessoa. Longe do continente, entrega-se ao estudo da etnografia açoriana e a uma poética de pendor religioso. Colabora, entretanto, na revista PresençaCadernos de PoesiaAtlântico, etc. Em 1953, ganhou o Prémio Antero de Quental com o livro Horto Fechado e Outros Poemas.


Armando Silva Carvalho
Armando Silva Carvalho nasceu em 1938 em Olho Marinho, Óbidos. Licenciou-se em Direito, dedicando-se ao jornalismo, ao ensino secundário e ao exercício de técnico de publicidade. A par dessas actividades, tem-se dedicado à escrita, à crítica literária e à tradução. É colaborador da revista Colóquio / Letras, do Jornal de Letras, do Diário de Notícias, entre outras publicações. Traduziu obras de Margueritte Duras, Samuel Becket, Jean Genet, etc. Estreou-se em 1965 com a colectânea de poesia Lírica Consumível. A sua poesia tende para certo humorismo.


Armando Tavares
Armando TavaresArmando Tavares nasceu em Vilar do Paraíso, Vila Nova de Gaia, em 1903 e morreu no Porto em 1975. Foi agente de uma seguradora, tendo viajado pelo Norte do país, especialmente Trás-os-Montes, onde recolheu material para os seus livros. Estreou-se nas letras em 1928 com o volume de novelas rústicas Geira de Cardos cujo acolhimento pela crítica foi bastante animador. Vieram depois os livros Tentação (novelas, 1929), Insulto à Virtude (romance, 1932), Whisky e Soda (alusões irreverentes, 1934), Tua Mulher e Eu (romance, 1938), Médicos (romance, 1941) que, por denunciar aspectos menos dignos da classe, causou alguma polémica e três edições que se esgotaram rapidamente; Sorri, Varinka! (romance, 1942), O enigma do Lápis Encarnado (romance policial, 1943), que escreveu no espaço de uma semana por razões de "aperto" económico, Que Mal Fizemos Nós? (romance, 1944), Sua Majestade a Morte (narrativas, 1946), a trilogia de contos do Marão, a saber, Marão (1959),Fragas Etemas (1961) e Semes Sangrados (1969), e ainda Selo de Chumbo (teatro, 1964), Urbe – Autópsia duma Cidade(romance, 1969) e A Malhoada (teatro, 1972) que mereceu o primeiro prémio de teatro para trabalhadores da FNAT. Escreveu outras peças para teatro amador que nunca foram publicadas mas foram representadas, tais como, A Fraude, O Grande Túnel, Viuvez, A Loba, etc. Colaborou em vários jornais como, Jornal de Notícias, O Comércio do Porto, Eco Ilustrado, Crónica,Sonora, O Porto e outras publicações, como o Almanaque do Porto, enquanto se publicou. Recebeu, pelos seus romances e contos, elogios de alguns críticos, como João Gaspar Simões, que se lhe referiu como "roçando o génio".

Armindo Magalhães
Armindo Magalhães. Foto de Cristina Magalhães, 2000Armindo Magalhães nasceu em Fafe em 1966. Professor universitário. Foi Presidente da Associação de Jovens Escritores de Portugal de 1990 a 1994. Juntamente com José Saramago, Luís Francisco Rebello e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura. Natália Correia definiu-o como "o escritor da possessão do sentimento". Publicou as seguintes obras: Ausência Presente (1987), Braga, Correio do Minho; Regresso Apressado (1989), Braga, Correio do Minho; Sexta-feira Noutra Cidade(1990), Braga, Correio do Minho; Os Trilhos (1991), Lisboa, Edições Orpheu; Dois Pássaros Sobre um Homem (1992), Lisboa, Edições Orpheu; O Homem que Queria Outro Destino (1994), Braga, Fundação Lopes de Oliveira; Perfeição dos Simples (1998), Porto, Giesta Editores; Para Nunca Mais (1999), Porto, Giesta Editores; Enquanto És (2000), Porto, Giesta Editores.


Arnaldo Gama
Arnaldo GamaArnaldo de Sousa Dantas da Gama (01/08/1828 – 29/08/1869) nasceu e faleceu no Porto. Formou-se em Direito em Coimbra, dedicando-se desde cedo ao jornalismo e à literatura. Fundou o Jornal do Norte, tendo colaborado, entre outros, em A Península, O Nacional, O Porto e a Carta. Os seus romances tornaram-se populares na época. Fixando-se, do ponto de vista literário, no segundo Romantismo português, foi influenciado pelo escritor francês Eugène Sue e por Camilo Castelo Branco. Dedicou-se sobretudo à escrita de romances de ambiente histórico. Obras: Génio do Mal (em quatro volumes publicados entre 1856-1857); Poesias e Contos (1857); Verdades e Ficçoes (1859), Um Motim há Cem Anos (1861), O Sargento-Mor de Vilar (1863), O Segredo do Abade (1864), A Última Dona de S. Nicolau (1864), O Filho do Baldeia (1866), A Caldeira de Pêro Botelho (1866), Honra ou Loucura (1868), O Balio de Leça (1872, ed. póstuma), El-Rei Dinheiro (1876, ed. póstuma).

Augusto Abelaira
Augusto Abelaira nasceu em Cantanhede em Março de 1926. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas. A par do seu trabalho como escritor, exerceu os cargos de professor, jornalista (no Diário Popular e no Jornal de Letras), director de programas da RTP e director das revistas Vida Mundial e Seara Nova. Em 1963, ganhou o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências como romance As Boas Intenções. Em 1979, ganhou o Prémio Cidade de Lisboa com o romance Sem Tecto entre Ruínas. Em 1997, foi distinguido com o Grande Prémio de Romance e Novela da APE com o romance Outrora, Agora.





Augusto Gil
Augusto GilAugusto César Ferreira Gil (1873-1929) nasceu em Lordelo do Ouro, Porto, e faleceu em Lisboa. Estudou inicialmente na Guarda, donde os pais eram oriundos, e formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Começou a exercer advocacia em Lisboa, tornando-se mais tarde director-geral das Belas-Artes. Na sua poesia notam-se influências do Parnasianismo e do Simbolismo. Influenciado pelo lirismo de António Nobre, a sua poesia insere-se numa perspectiva neo-romântica nacionalista. Obras poéticas:Musa Cérula (1894), Versos (1898), Luar de Janeiro (1909), O Canto da Cigarra (1910), Sombra de Fumo (1915), Alba Plena (1916),O Craveiro da Janela (1920), Avena Rústica (1927) e Rosas desta Manhã (1930). Crónicas: Gente de Palmo e Meio (1913).


Azevedo Castelo Branco
Azevedo Castelo Branco: Vi-o quando ele nasceu em uma aldeia côncava da serra do Mesio. Aos oito anos era loiro, bonito. Aos doze, fugia dos colégios e vagava errabundo nas chapadas dos montes, a contemplar com saudade e fome lá ao fundo o penacho de fumo ondulando por sobre os castanhais da sua aldeia. Aos quinze anos vivia comigo; e, quando eu o imaginava versando com mão nocturna o seu Virgílio, ele assistia no Teatro de Camões, com a insensibilidade de um Cláudio subalterno, recostado no meu camarote de assinatura, à flagelação da Arte que o saudava moribunda.Depois, fez-se bacharel em Leis com o fastio indolente de um homem que se faz... bacharel em Leis. Acariciava as criações translúcidas de Antero de Quental, o meigo sonhador, o panteísta que chorava saudades dos deuses banidos e os ressuscitava com o fervor apóstata de Juliano. Azevedo Castelo Branco não ressuscitava ninguém; mas admirava tudo que era bom e sonoro, menos a cabra. Escreveu prosas e versos, revezando a circunspecção e a ironia, como quem, estimando ambos os feitos de escrever, preferia com especialidade não escrever nada. Cheio dos hinos de Rig-Veda e do Mahâbhârata e do Râmayna, foi administrar um concelho transmontano, onde compreendeu Schiller, na convivência que teve com salteadores. Em seguida, funcionalizou-se num governo civil, e premeditou comentar o Código Administrativo com alexandrinos, a ver se abria um sulco de poesia nas almas dos povos desde a Ovelhinha até São Gonhedo. Era tarde. O lagarto das vinhas havia afugentado de Trás-os-Montes os únicos civilizadores possíveis daquela região: Sileno e o burro. Um dia, Azevedo Castelo Branco olhou em si com atenção, e viu que era bacharel em leis autêntico. Sentou-se à banca, elevou o concelho à exorbitância de cinco tostões e sacudiu as sandálias de oficial-maior no capacho da autoridade superior do distrito.Belo e digno rapaz, quando a musa, a devassa, te aparecer lagrimosa, limpa-lhe os olhos com o lenço escarlate e tabaqueiro do teu Pascoal José de Meio.

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